Hoje a minha memória gustativa me carregou para anos atrás,
quando eu passava as férias na fazenda. O velho fogão de lenha e as panelas
cozinhando delícias que marcaram a minha infância. Fecho os olhos e consigo lembrar
exatamente daquele arroz branco cozido com uma pimenta em panela de barro.
Era sempre uma festa na fazenda, a casa estava sempre cheia
e minha Avó cuidava de dar de comer e beber a todos, sempre com um tempero
fabuloso, saia os melhores quitutes do mundo, de cima do velho fogão.
Ainda posso sentir o sabor dos doces, sempre em uma
variedade incrível, era goiabada, bananada, doce de leite, doce de sonho, sem
falar em um doce de mamão verde que mais parecia uma escultura, pequenas rosas
de mamão – já fazem tantos anos que comi, mas o sabor ainda vem na boca basta
fechar os olhos.
“Quase sempre somos
pegos de surpresa e em uma fração de segundos lá fomos nós, arrebatados por um
gosto familiar, um cheiro conhecido e jogados em algum canto do passado
experimentando, de novo, um momento único.” (Memória Gustativa – Elma Rios)
No final das contas
o que importa é ter referencias, a mim, as melhores comidas são essas, as que
são carregadas de significados. Simples, elegantes, de boteco ou alta
gastronomia, mas que venha com uma sensação, que me transporte a uma companhia,
um lugar, um dia, uma emoção.
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